sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Departure Day

E pronto, dia 1 de Outubro lá fui eu, o N. e a S. para o aeroporto. Desliguei a electricidade, água e gás e fechei a minha casinha. Despedi-me dos vizinhos e do senhor do café, que me ofereceu um pastel de bacalhau (Olhe que lá não tem disso, menina!) e lá fomos.



Apanhámos trânsito em Lisboa, mas felizmente íamos com tempo que somos pessoas prevenidas. Fiz o check in e lá fui pagar o excesso de bagagem sem piar (muito). Claro que houve uns percalços: fila com demora, que depois descobrimos que era a fila errada, cartão multibanco que não funcionava (ops, já é dia 1!), mas deu tempo para ir até à esplanada que eu nem sabia que existia se não fosse a S. Mais umas fotos e o fornecimento dum victanzinho para o stress e lá nos despedimos.


O voo correu às mil maravilhas, o lugar ao meu lado até está vazio, tive direito a uma “refeição leve” (uma sandocha quente de queijo e algo que não era fiambre nem bacon, mais uma salada de fruta a sério e sem açúcar que era de louvar por não ser só maçã e laranja, acompanhada por muitos copos de água e uma cena a que chamaram café). NÃO ME VOU HABITUAR A ESTE CAFÉ! Humpf! Incrível incrível é que o avião aterrou meia hora antes do previsto e estava um grande solão, até despi a camisola. Assim, andei a arrastar o casaco, a camisola, a carteira cheia de tralha mais o portátil :p Felizmente 3 (sim, três) rapazinhos ajudaram-me a tirar as malas do tapete rolante para o troley, estava mesmo difícil, tenho pena dos senhores que carregam as malas nos aviões. E saí e já estava o J. à minha espera com um grande sorriso :)


O J. faz parte da agência de recrutamento e é o encarregado de fazer de motorista e caçador de quartos para as pessoas que vêm para cá trabalhar. Pegou nas minhas malas mais o portátil como se não fosse nada e fomos para o carro. Destino: a minha nova casa.


Pusemos a conversa em dia e ele fez-me uns updates acerca da casa e do hospital, assim como do trajecto que eu ia ter que fazer. Ainda tentámos ver se um cartão da Orange funcionava no meu telemóvel, mas o bicho está mesmo bloqueado. Ranhosos!



E que maravilha, este pessoal é mesmo prevenido! O J. foi às compras para mim, diz que é o “welcome/start pack”, que consistia em lençóis, almofadas, edredon, papel higiénico, detergente para a louça, leite, ovos, manteiga, pão, açúcar, batatas, cenouras, maçãs, queijo, 2 pacotes de massa, óleo, corn flakes e 2 frascos de molho bolonhesa. :))) Fiquei bem fornecida! E foi a minha sorte, porque aqui as lojas fecham às 18h.



Chegámos ao meu destino no belo condado de Kent, muito verdinho, muita relva, muitas árvores, muitos cavalinhos e cabrinhas, paisagem típica das séries que via na Brit Com (Little Britain, tal e qual). A minha housemate, a R., que também é enfermeira no mesmo hospital, estava de serviço e aproveitámos e fomos ter com ela ao hospital. Topei-lhe logo a pinta (ao hospital): recepção com cadeiras estofadas e sofás, tapetes, quadros nas paredes… Bela pinta! Muito fancy, sem dúvida.


A casa é engraçada. Isto aqui são blocos e mais blocos de casas iguais (ai ai vou-me perder aqui no meio sem pontos de referência) de tijoleira castanha, casinhas de 2 andares, com grandes janelas com aquela cena que já tinha reparado nos bifes de não usarem cortinas e a gente poder ver tudo lá para dentro (coisa que me chateia à brava), muita relva e árvores em todo o lado.


A casa tem 3 quartos, o meu fica no 1º andar, com um grande roupeiro espelhado e uma janela enorme. 2 casas de banho, uma cozinha e uma sala de estar e jantar (lounge) bastante grande e muito mal aproveitada (decoração estilo cocó, como a S. baptizou). Nas traseiras tem um jardim cercado, com uma estufa que aparentemente é usada para guardar tralha e foi tomada pelas aranhas. O jardim está bastante abandonado, o que não admira numa casa arrendada. É uma pena não ter uns banquitos porque ainda estiveram uns dias com um solito em que se estaria ali muito bem.


Particularidades, assim de repente… Os bifes ainda não perceberam que não dá jeito nenhum ter duas torneiras, uma para a água quente outra para a fria, em vez duma misturadora? É que já vi não sei quantas cozinhas e casas de banho aqui assim… Água aquecida por caldeira… Pois, como no “Allgarve”, demora algum tempo a aquecer e quando se acaba…acabou! Depois tem que se esperar mais um bocado (assim tipo uma hora ou duas) que a caldeira encha e aqueça a água. Felizmente só somos 2 aqui nesta casa. A casa é toda alcatifada. Toda, mas mesmo toda, até a cozinha e as casa de banho. Alcatifa cor-de-rosa. Menos na sala que é castanha com umas flores amarelas, vermelhas e azuis, estilo cocó.


Tenho uma televisão no quarto que não apanha canal nenhum. Segundo a R., funcionava na semana passada, mas agora nada...nem com o manual de instruções consegui pô-la a apanhar alguma coisa. E não tenho internet. E não há um vizinho que tenha a wi sem segurança, que chatice. Amanhã tenho que tratar disso, sem falta, senão fico parva da mioleira aqui! Entretanto já desfiz as malas todas e reparei que me esqueci dos óculos de leitura (felizmente tenho lentes de contacto diárias para 90 dias) e maldisse a hora em que resolvi não trazer dvds e jogos de computador.



Cavalinhos no trajecto hospital-casa

Janela do quarto

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